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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Meio manca e meio cega

Acordei hoje com o olho meio arranhado, sei lá. Só sei que não conseguia colocar a lente, então saí de óculos. O problema: além de eu odiar usar óculos, não porque ache feio, mas porque ele limita minha visão e aperta minhas orelhas, ele estava quebrado. Aquele trocinho que apoia no nariz estava quebrado há meses e eu sempre enrolando pra consertar, com a minha preguiça de ir lá duelar em mais um estabelecimento comercial qualquer que venha falar palavras que eu não entendo.

Enfim, de óculos meio capenga, lá fui eu. E por causa do episódio de ontem, fui de ônibus e usando Havaianas, porque nada mais entrava no meu pé sem machucar.

Aí vai a Erica, em cima da hora do trabalho, aprender a usar o ônibus, achando que ia ser mais rápido. Mas quando eu cheguei no ponto, o ônibus tava saindo. Se fosse no Rio e eu estivesse de tênis, eu corria atrás, aproveitava o sinal fechado pra tentar entrar. Mas aqui tem tipo um caixa automático na rua onde você compra o bilhete do ônibus.



Tinha lá - aperte o botão para começar. Apertei. Coloque seu Metrocard. Coloquei. PLEC! Sai o Metrocard com 2.25 a menos, e um recibo pra eu usar. Assim, sem nem perguntar. Não deu nem tempo de refletir como e se eu queria mesmo usar o ônibus. Pois bem, agora com o bilhete comprado sem querer, vou esperar. E esperei. E ele chegou. Por onde eu entro e pra quem eu entrego esse papel?

Fui usando a minha tática infalível de observar os outros... Só entraram direto, por qualquer porta. Não entregaram nada pra ninguém. Sentei e curti o passeio. Eu gosto muito mais de andar de ônibus do que de metrô, pra ver a paisagem - estou falando do passeio em si, e não de questões rapidez versus trânsito versus preço versus lotação, isso é outra história. Vi que tinha uma cordinha pra puxar e puxei quando ia chegar no meu ponto - NICE! Pelo menos eu sabia o meu ponto porque o Google Maps falou a verdade. Bom, quase, porque o nome tava diferente. O ponto era mais a frente do que eu esperava e eu pensei por alguns segundos que ele ia passar direto e ir lá pras bandas do Financial District direto... Hahaha!

Vi que as pessoas que saíram do ônibus também não entregaram papel nenhum pra ninguém, o que quer dizer que pelo visto ônibus aqui é na base da confiança! Assim como várias coisas - as máquinas de refrigerante, o New York Water Taxi... Vê se isso ia dar certo no Rio. Hahahahahaha

No trabalho, eu ontem tinha mandado por e-mail falando que sexta-feira é dia de feijoada e ia no BarBossa, perguntei se alguém me acompanhava. Acabou que todo mundo resolveu ir, e lá fomos 7 cabeças pro restaurante, e alguns que experimentaram a feijoada gostaram. Tomei meu novo querido GUARANÁ BRAZILIA.

Fomos liberados cedo do trabalho, e agora volto à história dos óculos, que é todo o propósito do post. Andando pra casa, passei na frente de uma ótica pequenininha, quase invisível. Aí pensei - ah, quer saber, é agora!

- Oi, vocês consertam óculos?
- Sim, ajustamos...
- Esse negocinho aqui quebrou, eu queria consertar, ainda tenho a parte que caiu.

A moça pega os óculos da minha mão e começa a mexer, e fala:

- Não dá pra consertar, tem que colocar outro, porque esse quebrou.

E eu com aquela cara de "ah então tá", a moça pega uma caixa cheia dessas pecinhas de todos os tamanhos, uma chave de fenda daquelas pequenininhas e começa a trocar sem eu nem confirmar se ia fazer na hora ou não. Hahaha. Eu, não enxergava nada - sem óculos! Bom, tudo bem, vamos lá. Só espero que ela não me vire e fale no final que custa $50. Mas eu também já estava tão de saco cheio desses óculos quebrados que dependendo de quanto fosse, até pagava. Tava esperando ela vir me cobrar uns $20 (pros padrões mercenários novaiorquinos, que eu acharia um absurdo mas pagaria mesmo frustrada). Aí falei pra ela trocar os dois né, pra ficarem iguais.

Ela terminou, e perguntei:

- Quanto é?
- No charge.


Nunca esperaria isso, nem no Rio e muito menos em Nova York. Esperaria isso em Friburgo. ALÔ ÓTICA VENEZA SUA LINDA!!  (e falecida)

Saí, e fiquei na porta olhando. Entrei de novo e pedi pra ela me dar um cartão da loja. Se eu precisar fazer exames de vista, vou ver se consigo marcar lá, pois eles aceitam o plano que cobre os alunos da New School. Yes! Sempre bom um míope ter a quem recorrer... XD

Fim da minha crônica de hoje.
Beijos.